sexta-feira, 3 de junho de 2011

Tarefas Realizadas - Gincana Genética

  • Entrevista

Obrigada mais uma vez, Vanessa!



  • Escrever um artigo
Não fiz, professor...


Feito e entregue.

  • Vídeo Legendado

  • Montar uma molécula de DNA

  • Fazer uma marca texto (marca página)

  • Divulgar no seu blog o trabalho do tópico 2 ou do tópico 6 de ao menos 10 colegas

  • Ter seu trabalho do tópico 6 divulgado por ao menos 04 colegas em seus blogs.

Tarefa 3 - Fichamento 10 (ACABOU!)

CARACTERÍSTICAS BUCAIS E TRATAMENTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTE COM SÍNDROME DE LOWE

Ortolan ASO, Díaz-Serrano KV, Borsatto MC, Mantovani CPT, Queiroz AM. Características bucais e tratamento odontológico em paciente com Síndrome de Lowe. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo 2007 maio-ago; 19(2):222-8


“O presente trabalho realiza uma breve revisão de literatura sobre a síndrome de Lowe, uma desordem genética que leva a alterações oculares, cerebrais e renais, e relata o tratamento odontológico efetuado num paciente com essa síndrome, enfatizando as características buco-dentais encontradas e a necessidade de se instituir programas de prevenção rigorosos.” (P.222)
“A síndrome de Lowe, também conhecida como síndrome óculo-cérebro-renal, foi descrita pela primeira vez em 1952. É uma doença recessiva, ligada ao cromossomo X, que se desenvolve apenas em indivíduos do sexo masculino (Chandler e Grant 3, 1965; Tsai e O’Donnell  11, 1997; Ungewickell e Majerus 12, 1999). Sushy e Nussbaum10 (2002) acreditam que a doença seja resultado de mutações no gene OCRL1, responsável pela produção de uma enzima fosfatidilinositol 4,5 bifosfato 5-fosfatase. Devido à deficiência dessa enzima, as funções celulares reguladas pelo Complexo de Golgi tornam-se anormais levando a diversas falhas no desenvolvimento, e ao aparecimento de manifestações clínicas tais como cataratas, problemas renais e cerebrais, presentes em pacientes com síndrome de Lowe.” (P.223)
“A síndrome de Lowe acomete apenas indivíduos do sexo masculino, entretanto as mães dos pacientes afetados são portadoras assintomáticas, podendo apresentar finas opacificações no cristalino (Chandler e Grant 3 1965; Lin et al. 8, 1999).” (P.223)
“O diagnóstico da síndrome de Lowe é feito geralmente por geneticistas. Além do diagnóstico sintomático, que compreende catarata ao nascimento, hipotonia muscular, possível disfunção renal e história familiar, existem dois testes precisos para diagnosticar a síndrome que são a deficiência enzimática, possível graças à descoberta da enzima deficiente fosfatidilinositol 4,5 bifosfato 5 fosfatase e a análise de DNA (Lowe Syndrome Association 9, 2004).” (P.223)
“O paciente foi diagnosticado com síndrome de Lowe pela associação de achados clínicos (catarata congênita, enoftalmia, hipotonia de eixo e de membros) e laboratoriais (osteoporose difusa e proteinúria), por volta dos 12 meses de idade, e na mesma época foi submetido à anestesia geral para fazer cirurgia da catarata congênita.  Aos 2 anos apresentou glaucoma congênito.” (P.224)
“O tratamento odontológico foi realizado em ambiente ambulatorial, sem qualquer tipo de sedação, entretanto sob restrição física de movimentos, realizando-se contenção por meio de faixas.” (P.224)
“Inicialmente a mãe recebeu instruções sobre higiene bucal, enfatizando-se a necessidade de se realizar o controle mecânico do biofilme dental, o qual foi muito difícil em função da não cooperação do paciente.” (P.224)
“Nos retornos subseqüentes, observou-se melhora no padrão de higienização bucal e menor presença de cálculo dentário, porém, a hiperplasia gengival não sofreu regressão.” (P.224)
“A síndrome de Lowe possui padrão de herança recessivo e ligado ao cromossomo X (Harrison et al.5, 1999). Por ser uma doença grave e hereditária, o diagnóstico precoce é de grande importância para o aconselhamento genético, devendo ser realizado quando da presença de história familiar positiva e diante de suspeita pré-natal da síndrome (Bresolin et al.2, 1989).” (P.224)
“Há também a análise do DNA, que pode ser feita para identificar portadoras da síndrome, embora o exame oftalmológico seja o mais fácil de ser realizado (Lowe Syndrome Association9, 2004).” (P.224)
“Com relação aos achados buco-dentais em pacientes com síndrome de Lowe há poucos relatos na literatura. Apinhamento dental, erupção retardada da dentição permanente, retenção prolongada de dentes decíduos e taurodontismo foram descritos por Harrison et al.5 (1999). Os mesmos autores ainda observaram folículos dentais aumentados, hipoplasia do esmalte, fileira dupla de dentes decíduos, atresia do palato e cistos dentais. De acordo com Izquierdo e Avellaneda6, (2002) os cistos de erupção parecem ser comuns durante a erupção dentária mas geralmente desaparecem quando a dentição permanente está completa. Batirbaygil e Turgut1 (1999) observaram palato atrésico, múltiplos cistos e hematomas de erupção e Harrison et al.5 (1999) relataram a mobilidade anormal de dentes em pacientes com síndrome de Lowe.” (P.225)
“Foi observada, ainda a mordida aberta anterior, a mordida cruzada posterior e extensa hiperplasia gengival.” (P.225)
“A hiperplasia gengival, provavelmente, foi decorrente do uso de medicamentos anti-convulsivantes.” (P.225)
“A higiene bucal em casa também é complicada em pacientes com síndrome de Lowe. Assim, o responsável pelo paciente deve ser responsabilizado pela sua realização. Para isso, ele deve ser precisamente informado sobre sua importância e treinado a realizá-la.”(P.226)
“Existem poucos relatos na literatura com relação aos achados bucais específicos e ao tratamento odontológico de pacientes com síndrome de Lowe, uma vez que a ênfase é dada aos problemas oftalmológicos, neurológicos e renais.” (P.227)



Tarefa 3 - Fichamento 9

Cáries Precoces de Infância - Uma Revisão Bibliográfica.

COSME, P.; MARQUES, P. F.;  Cáries Precoces de Infância - Uma Revisão Bibliográfica. Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial. Volume 46, N°2, 2005


“As cáries precoces de infância correspondem a uma entidade clínica cujo mecanismo histopatológico éjá conhecido, mas no qual os factores ambientais e do hospedeiro levam a que a progressão do processo carioso seja anormalmente rápida e siga um padrão bastante característico. No sentido de facilitar o diagnóstico desta patologia e de interpretar correctamente estudos retrospectivos, é fundamental que o diagnóstico e definição sejam consensuais e universais.” (P. 109)
“Os primeiros dentes afectados são os incisivos superiores decíduos, logo após  a sua erupção, que ocorre geralmente entre os 12 e os 24 meses (1). Os molares decíduos e caninos são afectados imediatamente após a erupção ou logo a seguir aos incisivos. Se a doença evoluir sem tratamento, todos os restantes dentes decíduos são afectados antes dos 4 anos.” (P. 110)
“Durante a sua evolução normal, é de realçar que frequentemente são envolvidas superfícies dentárias geralmente pouco afectadas por lesões de cárie, como sejam as superfícies vestibulares e linguais dos dentes antero-superiores.” (P. 110)
“Em 1963 Keyes (7) definiu esquematicamente os quatro principais factores etiológicos envolvidos no aparecimento e progressão desta patologia. Basicamente, pode-se resumir que microrganismos cariogénicos, alojados numa superfície dentária susceptível, na presença do substrato adequado necessitam de um pequeno intervalo de tempo até ao desenvolvimento do processo carioso.” (P. 110)
“o Streptococcus mutans é o microrganismo cariogénico mais comum(7,9). Crianças com CPI apresentam níveis de S. mutans cerca de 100 vezes superior ao de crianças sem cáries (10), sendo que nestes casos os estudos comprovam que as colónias formadas apresentam maior adesividade e virulência.” (P. 110)
“E como é a criança contaminada? Comprovadamente, a transmissão dos microrganismos é efectuada através da saliva, principalmente de contacto directo com o patogénio por intermédio de beijos, mãos ou pele contaminadas ou de alimentos manuseados por indivíduos contaminados.” (P.110)
“Essa contaminação é principalmente efectuada através da mãe ou ama, que lide com a criança e seja responsável pela alimentação; foi comprovado que os microrganismos que contaminam a criança são na grande maioria das vezes geneticamente semelhantes aos da mãe, o que é consistente com esta relação (14). Estudos indicam que também o leite materno pode ser um veículo de contaminação embora ainda não esteja totalmente comprovado (10,39). De qualquer modo, a via de contaminação deste microrganismo é rápida e muito difícil de controlar ou evitar.” (P.110)
“Existem características adquiridas ou congénitas, da criança em geral e da dentição decídua em particular, que aumentam a susceptibilidade do dente à cárie.” (P. 110)
“A saliva apresenta vários tipos de funções anticariogénicas, como sejam a lubrificação dos alimentos e a sua remoção mecânica dos dentes, tamponamento de ácidos e inibição de adesão da placa ao dente.” (P.111)
“Deste modo, tudo o que diminua o fluxo salivar aumenta a susceptibilidade dos dentes à cárie, o que ocorre na maioria das patologias sistémicas da infância.” (P. 111)
“O substrato de eleição para a microflora oral são os hidratos de carbono principalmente a sacarose, a glicose e a frutose.” (P.111)
“No desenvolvimento da cárie, o mais importante não é a quantidade absoluta de açúcares ingeridos mas sim a consistência dos açúcares e a frequência do seu consumo (22).” (P.111)
“Todos os factores que aumentem o tempo de duração do contacto dos microrganismos cariogénicos com a superfície dentária aumentam a probabilidade de desmineralização da superfície dentária e de desenvolvimento da cárie.” (P.111)
“A amamentação materna apresenta cariogenecidade ainda não totalmente esclarecida.” (P.111)
“Assim, a ingestão de pequenas quantidades de açúcares várias vezes ao dia deve ser evitada, uma vez que isso leva à manutenção do pH oral em valores críticos, ou seja, abaixo do pH 3, durante largos períodos de tempo. Por isso mesmo é recomendada a ingestão de alimentos ricos em açúcares imediatamente após as refeições, seguidos de correcta higiene oral.” (P.111)
“importa referir quais são os factores que podem indicar um maior risco potencial de contrair esta doença, no sentido de se mais facilmente poder promover factores de prevenção.” (P.111)
“É também importante acrescentar que se constata uma aparente predisposição genética hereditária materna para maior susceptibilidade a CPI (15). Isso é justificado pelo facto de os defeitos estruturais congénitos do esmalte, as alterações salivares e imunológicas que aumentam a predisposição para CPI serem herdados geneticamente transmitidos de mãe para filho.” (P.111-112)
“A severidade das complicações decorrentes desta patologia, associada à óbvia complexidade dos tratamentos, especialmente tendo em conta a idade dos doentes, faz com que a prevenção seja o melhor modo de conseguir controlar esta doença.” (P. 112)
“Em crianças, a higiene oral deverá começar a ser efectuada regularmente a partir da erupção dos primeiros dentes, por volta dos 6 meses.” (P.113)
“No sentido de prevenir a ocorrência desta patologia, é recomendado que as crianças abandonem o biberão até aos 12 meses, devendo ainda tentar evitar-se que adormeçam logo após a amamentação, de modo que os alimentos não estagnem em redor dos dentes durante o período do sono.” (P.113)
“É de realçar ainda a especial atenção que deve ser atribuída à medicação, especialmente a que é ingerida à noite e sob a forma de xarope ou suspensão oral, uma vez que a grande maioria destes contêm elevadas concentrações de açúcar.” (P.113)
“A prescrição de flúor deverá sempre ser avaliada pelo médico dentista, a partir da primeira consulta, sendo a suplementação recomendada sempre que considerada necessária, seja tópica ou sistémica. A dosagem deverá ser adequada à idade e peso da criança, precavendo sempre os riscos de toxicidade do flúor.” (P.113)


Tarefa 3 - Fichamento 8

A síndrome de Marfan e seus aspectos odontológicos: relato de caso e revisão da literatura

BARALDI, C. E. et al. A síndrome de Marfan e seus aspectos odontológicos: relato de caso e revisão da literatura. Rev. Fac. Odontol. Porto Alegre, Porto Alegre, v. 49, n. 3, p. 36-39, set./dez., 2008.


“A síndrome de Marfan é uma doença do tecido conjuntivo, de caráter hereditário, com grande variabilidade de expressão clínica. Afeta fundamentalmente os sistemas esquelético, cardiovascular e ocular. Sua etiologia está relacionada a mutações no gene da brilina-1 (FBN1),* localizado no cromossomo 15 (15q21.1). As alterações dento-faciais presentes na síndrome, além de outras características relacionadas ao sistema estomatognático, tornam importantes o reconhecimento desta condição e o adequado manejo do paciente pelo pro ssional da Odontologia.” (P.36)
“Acredita-se que a SM deva-se a uma mutação no gene que codifi ca a proteína fi brilina-1 (FBN1), localizado no braço longo do cromossomo 15 (15q21.1). Trata-se de um gene grande (110Kb) e segmentado (65 éxons). Muitas mutações estão descritas, sendo peculiares a cada família envolvida. Nem todas podem ser detectadas através de exames laboratoriais (MARFAN, 2008).” (P.36)
“Não se conhecem fatores etiológicos para que tal ocorra. Não há predileção por raça ou sexo. A expressividade da doença é variável, tanto interfamilial quanto intrafamilial. A doença já foi observada em diversas regiões geográfi cas. O tipo de herança é autossômica dominante, tendo o gene alta penetrância, mas expressividade fenotípica variável.” (P.36)
“Pacientes que não apresentem a mutação no gene da FBN1, mas preencham os critérios clínicos, podem ser classificados como casos da doença.” (P.36)
“As alterações craniofaciais foram classificadas por De Paepe et al. (1996) como critérios menores para o diagnóstico. São muito importantes, contudo, na prática clínica odontológica, pois determinam uma série de necessidades de tratamento para melhora das funções de mastigação, de respiração, de fonação e de deglutição. As descrições clássicas incluem a dolicocefalia, associada a anomalias com deficiência transversal da maxila, palato alto e profundo, má oclusão, prognatismo mandibular e excesso vertical facial.” (P.37)
“Tais alterações estão associadas a más oclusões, com mordidas cruzadas, apinhamentos e retenções dentárias, como a de caninos superiores.” (P.37)
“Disfunções temporomandibulares são mais frequentes do que na população em geral. Os dentes tendem a ser mais longos e estreitos.” (P.37)
“A respeito de alterações dentárias, Ortolan, Dualibi e Dualibi (2000) descreveram um caso de paciente portador da SM, observando atraso de irrompimento dentário, presença de dentes supranumerários mandibulares e a ocorrência de implantação anormal dos mesmos. De Coster  et al. (2002), em um estudo de caso-controle, observaram ser a experiência de cáries, a presença de anomalias dentinárias (anomalias da cavidade pulpar, nódulos pulpares e alterações morfológicas radiculares) e esmalte hipoplásico, bem como a incidência de doenças do periodonto, maior nos pacientes afetados pela SM, na amostra estudada. Sugeriram uma correlação com a alteração do colágeno, sem descartar possíveis alterações hereditárias da dentina nas famílias estudadas, bem como a influência socioeconômica na prevalência de doenças bucais, já que as demais complicações da síndrome podem conduzir ao desinteresse pela saúde bucal. A manutenção desta, no entanto, é reconhecida como fator de sobrevida nestes pacientes, dado seu alto risco de endocardite bacteriana.” (P. 37-38)
“Os portadores da SM apresentam graus variáveis de distúrbios respiratórios obstrutivos altos.” (P. 38)
“Cistulli e Sullivan (1993) observaram maior incidência de ronco e apneia obstrutiva em pacientes portadores da síndrome, em estudos de caso-controle, comparados a voluntários normais. Observaram maior colapsabilidade das vias aéreas superiores de pacientes com SM, comparados a controles normais (CISTULLI; SULLIVAN, 1995).” (P. 38)
“Existem ainda evidências sugestivas de maior prevalência de distúrbios temporomandibulares em pacientes portadores da síndrome. De maneira similar aos distúrbios obstrutivos respiratórios, estas alterações podem ser devidas primariamente ao distúrbio do colágeno, com maior frouxidão articular, bem como ter alguma contribuição da morfologia dentofacial desfavorável.” (P. 38)
“Apesar das características marcantes da SM, as inúmeras possibilidades de diagnóstico diferencial, além dos critérios diagnósticos complexos, sugerem como prudente o aconselhamento genético para o fechamento do diagnóstico.” (P.39)
“Para o tratamento odontológico invasivo, o uso de anestésicos locais contendo vasoconstrictores adrenérgicos (adrenalina, noradrenalina) deve ser racional.” (P. 39)
“As alterações bucomaxilofacias presentes na síndrome, especialmente a defi ciência transversal da maxila, contribuem para a ocorrência da síndrome das apneias/hipopneias obstrutivas do sono (SAHOS) nestes pacientes. Estudos são necessários para avaliar se sua correção através de técnicas ortopédicas, ortodônticas ou cirúrgico-ortodônticas, pode contribuir para a maior (e melhor) sobrevida destes pacientes, ao propiciar correção anatômica bucoma xilofacial e consequente melhora das condições de permeabi lidade da via aérea superior.” (P. 39)
“Mais estudos são necessários para identifi car de forma mais precisa as alterações bucomaxilofaciais da SM, quais delas estariam relacionadas à alteração do gene codifi cador da proteína fi brilina-1 e quais poderiam ser de causa ambiental.” (P. 39)


Tarefa 3 - Fichamento 7

ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO SOB SEDAÇÃO ENDOVENOSA DE PACIENTE COM SÍNDROME DE JOUBERT. RELATO DE CASO CLÍNICO

SILVA, L. C. P. et al. ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO SOB SEDAÇÃO ENDOVENOSA DE PACIENTECOM SÍNDROME DE JOUBERT. RELATO DE CASO CLÍNICO. Arquivo Brasileiro de Odontologia 2007; 3(1):32-37


“O objetivo deste trabalho é relatar o caso clínico de uma criança com diagnóstico de Síndrome de Joubert e seus distúrbios comportamentais, que impediam o atendimento odontológico em condições normais. Devido ao grande comprometimento da saúde bucal, o tratamento odontológico foi realizado com o auxílio de sedação venosa, conduzida por médico-anestesista, em ambiente clínico adequado.” (P.32)
“A Síndrome de Joubert é alteração genética rara, também conhecida como Síndrome de Joubert Boltshauser, primeiramente descrita por Marie Joubert em 1969 e por Eugene Boltshauer e Werner Isler em 1977, tendo sido descritos pouco mais de 200 casos na literatura médica. Pertence ao grupo das ataxias hereditárias, que são distúrbios de coordenação dos movimentos provocados por danos na estrutura ou no metabolismo do cerebelo, levando a manifestações clínicas evidentes de ataxia, perda do tônus muscular, perda da coordenação motora, nistagmo (movimentos oculares anormais), alteração de marcha e postura, refletindo a interrupção dos circuitos corticais e nucleares cerebelares (Campistol, 2002; Lima, 2003).” (P. 32)
“O diagnóstico da síndrome é baseado na interação de características clínicas com os achados tomográficos e genéticos. Existem critérios clínicospara o diagnóstico, podendo a doença ser classificada em anomalias comuns, anomalias associadas e anomalias ocasionais. As anomalias comuns são hipotonia desde o nascimento, ataxia, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), movimentos oculares anormais e ritmo respiratório alterado, com taquipnéia e apnéia, agenesia ou hipoplasia do verme cerebelar. As anomalias associadas são descritas como as faciais, polipnéia episódica, displasia de retina, colobomas, estrabismo, ptoses, apraxia oculomotora com movimentos horizontais e verticais e cistos renais. As anomalias ocasionais são a polidactilia, micro/macrocefalia, refluxo gastroesofágico, tumores linguais, epilepsia, cardiopatias congênitas, atresia duodenal e de coanas, fibrose ocular, escoliose e meningocele (Maria et al., 1999).” (P. 33)
“O objetivo deste trabalho é apresentar o caso clínico de um paciente com a síndrome de Joubert, descrevendo a conduta para a realização do exame clínico e do plano de tratamento odontológico, sob sedação endovenosa, adotado para atenuar sua péssima condição de saúde bucal.” (P.34)
“Durante a anamnese, foi relatado pela mãe que seu filho já havia sido diagnosticado como portador da síndrome de Joubert, que apresentava traços autistas, coordenação motora afetada, hipotonia desde a primeira infância, além de dores de cabeça e vômitos freqüentes, precedentes a crises convulsivas.” (P.34)
“Devido à alteração cognitiva e retardo no DNPM, não realizava a higiene bucal diária, consumindo usualmente dieta pastosa com elevado teor de sacarose.” (P.34)
“Foi realizado o exame clínico e estabelecido o plano de tratamento, depois de constatada a fratura dos ângulos mesiais dos dentes anteriores superiores, existência de quadro dramático de atividade de cárie, afetando todos os dentes posteriores decíduos e permanentes, e quadro periodontal alterado. Então, optou-se pelo tratamento restaurador.” (P.35)
“O tratamento odontológico sob sedação objetiva a redução da ansiedade, proporcionando maior  conforto e tranquilidade ao paciente, principalmente em tratamentos mais demorados.” (P.35)
“A sedação endovenosa possibilita a obtenção da hipnose, proporcionando a redução controlada do nível de consciência, ao manter as vias aéreas respiratórias devidamente oxigenadas e a respiração espontânea adequada.” (P.35)
“A sedação endovenosa, especialmente naqueles pacientes com necessidades especiais, deve ter indicação bem feita e precisa, e é obrigatória a realização dos exames pré-anestésicos, visando o abrandamento da pressão psicológica que o procedimento exerce sobre a família do paciente, prevenindo intercorrências potencialmente perigosas e evitando efeitos secundários, tanto de atos cirúrgicos, quanto de efeitos não desejados das drogas utilizadas.” (P.36)

Tarefa 3 - Fichamento 6

ANÁLISE DE DNA EM ODONTOLOGIA FORENSE

VIEIRA, G. S, et al. ANÁLISE DE DNA EM ODONTOLOGIA FORENSE. Arqu bras odontol 2010;6(2):64-70


“Procurou-se demonstrar a aplicabilidade do DNA dentro da Odontologia Legal e ilustrar sua importância, contrapondo os métodos utilizados para identificação humana.” (P. 64)
“Há mais de uma década a tecnologia do DNA foi utilizada pela primeira vez como método de identificação humana no campo forense. A análise de DNA contribui de forma importantíssima nos processos de identificação humana, principalmente nos casos em que as impressões digitais, exames de arcos dentários e exames antropométricos são inviáveis de serem realizados, devido à decomposição, fragmentação, incineração ou inexistência de dados comparativos antemortem. “(P. 64)
“Existem análises do DNA utilizadas para identificação humana odontolegal através da saliva e polpa dentária. Para que estas análises sejam feitas de forma correta e devidamente validadas, é inquestionável a utilização tanto dos conhecimentos científicos quanto dos conhecimentos tecnológicos. Desta forma, neste estudo, são caracterizados protocolos de coleta, preservação, extração, quantificação e amplificação do DNA; pois os cirurgiões – dentistas, quando na qualidade de peritos, devem se familiarizar com os conhecimentos tecnológicos para a análise de DNA.” (P. 64)
“O DNA é uma molécula extremamente longa, formada por duas cadeias de polinucleotídeos enrolados de forma helicoidal e ligados transversalmente através de pontes de hidrogênio.” (P.64)
“O DNA contém o gene enquanto que o RNA serve como agente intermediário na atividade do gene. O RNA mensageiro (mRNA) é transcrito a partir do DNA e traduzido em seqüências de aminoácidos que formam as proteínas.” (P.65)
“O DNA pode ser extraído de amostras de sangue, esfregaços bucais, saliva, osso, dente, tecidos, órgãos, fios de cabelo, sêmen, urina, entre outros materiais biológicos.  Ele pode ser encontrado nos cromossomos do núcleo (DNA genômico) e nas mitocôndrias (DNA mitocondrial). Os cromossomos são filamentos espiralados de cromatina existente no suco nuclear de todas as células. Cada cromossomo é formado por uma única molécula de DNA com vários milhões de pares de bases. A análise do DNA mitocondrial para fins forenses fica reservada para tecidos antigos como ossos, cabelos, dentes e em grandes desastres (incêndios, explosões, queda de aviões) nos quais o DNA nuclear já não oferece mais condições de análise.” (P. 65)
“O DNA genômico é encontrado no núcleo de cada célula do corpo humano e representa uma fonte de DNA para a maioria das aplicações forenses.” (P.65)
“Por outro lado, o interesse nos estudos forenses pelo DNA mitocondrial se deve principalmente ao fato deste apresentar resistência à digestão enzimática devido a sua estrutura circular, sendo desta forma a análise desse tipo de DNA excepcional no estudo de tecidos antigos e até arqueológicos.” (P.65)
“No Brasil, até março de 2004, tramitavam na Câmara Federal, trinta e um projetos de lei relacionando o papel do exame de DNA para fins de identificação humana. Percebe-se assim a cobrança da sociedade e a preocupação do Estado em respaldar legalmente a utilização do DNA para tal fim.” (P. 66)
“as áreas de atuação do profissional especialista em Odontologia Legal, entre elas: identificação humana e perícia em vestígios correlatos, inclusive de manchas ou líquidos oriundos da cavidade bucal ou nela presentes.” (P. 66)
“A atuação da Odontologia Legal restringe-se a análise, perícia e avaliação de eventos relacionados com a área de competência do cirurgião-dentista podendo se as circunstâncias o exigir, estender-se a outras áreas, se disso depender à busca da verdade, no estrito interesse da justiça e da administração.” (P.66)
“Este profissional deve se familiarizar com as técnicas de tipagem de DNA, pois ele não é um mero captador e encaminhador de amostras biológicas, e quando imbuído das funções perícias tem competência de fazer uso da biologia molecular para esse fim.” (P.66)
“O tecido dental é reconhecido como uma fonte rica de DNA para uso em casos de identificação humana. As análises de DNA de polpa e folículo dentário também são utilizadas em outros casos forenses como, por exemplo, para reconstruir os eventos em casos cujo corpo da vítima foi retirado da cena do crime e incinerado.” (P.67)
“Na prática forense, o dente tem sido priorizado para análises genéticas devido ao fato da cavidade pulpar, que se constitui em arcabouço formado pelas paredes entre esmalte, dentina e cemento propiciar o meio estável para o DNA; ou seja, seus componentes celulares são providos de eficiente proteção contra agressões do meio ambiente. A polpa dentaria protegida por este arcabouço pode ser recuperada para extração do DNA com o uso de limas endodonticas. Outra característica importante é o fato do elemento dentário possuir quantidades suficientes de DNA para permitir a identificação humana, sendo a região do corpo radicular a que permite a maior recuperação de DNA.” (P.67)
“Outra amostra biológica de grande importância dentro do estudo do DNA forense é a saliva. A saliva, ou melhor, o fluido bucal, é composto pelo fluido que contém leucócitos que se infiltram através da junção dento gengival e células epiteliais descamadas.” (P.67)
“é possível isolar o DNA para proceder à identificação de criminosos; para elucidação de crimes envolvendo casos de violência física, como abuso sexual de adultos e crianças, homicídios dentre outros.” (P.67)
“Para se obter o perfil genético através do DNA necessita-se das seguintes etapas: extração, quantificação, amplificação e análise da região estudada. O sucesso na análise do DNA está diretamente relacionado ao tipo de amostra colhida e de como foram preservadas.” (P. 67-68)
“A odontologia legal é de suma importância nos casos de identificação humana, oferecendo informações importantes durante a investigação criminal.” (P.68)
“No entanto, nem sempre será possível a realização do exame de DNA, devido ao fato das amostras biológicas poderem estar contaminadas, degradadas ou em quantidades tão pequenas que não possibilitem seu estudo. Outro fator que muitas vezes impossibilita a utilização do exame de DNA é o baixo número de institutos públicos capazes de realizar este exame, tendo como conseqüência seu alto custo.” (P. 68)


Tarefa 3 - Fichamento 5

Influência de fatores genéticos na etiopatogênese da doença periodontal

KIM, Y. J.; VIANA, A. C.; SCARE-CAMINAGA, R. M.; Influência de fatores genéticos na etiopatogênese da doença periodontal. Revista de Odontologia da UNESP. 2007; 36(2): 175-180


O presente artigo tem como objetivo comentar  a influência que fatores genéticos podem desempenhar na etiopatogênese da doença periodontal (DP), esta acomete indivíduos no mundo todo, demonstrando ser um sério problema de saúde pública. O estudo dá ênfase aos polimorfismos genéticos.
A doença periodontal crônica é uma doença infecciosa caracterizada por um processo inflamatório destrutivo que afeta os tecidos de suporte do dente. Em seu aspecto clínico, a DP pode formar bolsas periodontais, reabsorção do osso alveolar e eventual perda do elemento dental. Enquanto seu aspecto histológico é caracterizada por acúmulo de células inflamatórias na porção extravascular do tecido conjuntivo gengival.
Bactérias periodontopatogênicas como Porphyromonas gingivalis, Tannerella forsythia, Aggregatibacter actinomycetemcomitans e Treponema denticola, entre outras, iniciam e perpetuam a inflamação podendo causar destruição do periodonto marginal via dois mecanismos: 1) pela ação direta dos subprodutos do metabolismo e enzimas bacterianas; 2) estimulando a liberação de media­dores inflamatórios de células do hospedeiro8. No entanto, embora a infecção por periodontopatógenos seja essencial para o início da DP, apenas a sua presença na cavidade oral não é o bastante para explicar diferenças de serveridade da doença entre indivíduos.
A participação da genética na etiologia da DP é indicada por: 1) resultados de estudos com gêmeos; 2) agregação familiar observada na periodontite agressiva; 3) síndromes onde a periodontite é uma característica clínica importante. Notou-se um grande interesse da comunidade científica internacional sobre o papel que os fatores genéticos podem desempenhar na DP e como os resultados seriam aplicados no prognóstico da doença.
Uma boa maneira de avaliar os aspectos genéticos da DP é por meio de estudos realizados com gêmeos. Geralmente é feita uma comparação entre gêmeos monozigóticos (MZ) e dizigóticos (DZ), pela qual é avaliado o grau de concordância ou discordância de uma ou mais características. Ao analisar fatores genéticos, espera-se que as taxas de concordância entre gêmeos MZ sejam maiores do que em gêmeos DZ. No entanto, quando são avaliados fatores ambientais, são esperadas taxas semelhantes de concordância entre os dois grupos de gêmeos.
Atraves de estudos, foi possível concluir que fatores genéticos exercem maior influência na herança da periodontite do que fatores relacionados ao ambiente, como a presença de microrganismos e hábitos comportamentais. No entanto, os mecanismos pelos quais os fatores genéticos podem atuar no início e/ou progressão da DP não foram ainda completamente compreendidos.

Tarefa 3 - Fichamento 4

Análise do sorotipo e dos genes para mutacinas em streptococcus mutans isolados de pré-escolares com diferentes experiências de cárie

RODRIGUES, M.R.; MACIEL, S.M.; FERREIRA, F.B.A.; PIOVEZAN, A.; PIERALISI, F.J.S.; POLI-FREDERICO, R.C. Análise do sorotipo e dos genes para mutacinas em streptococcus mutans isolados de pré-escolares com diferentes experiências de cárie. Cienc Odontol Bras 2008 out./dez.; 11 (4): 40-46


Os objetivos dessa pesquisa foram avaliar a freqüência dos sorotipos c, e e f e os genes para as mutacinas I, II, III e IV pela reação em cadeia da polimerase (PCR) dos S. mutans isolados de pré-escolares sem e com história de cárie dentária.
O Streptococcus mutans (SM) é considerado o principal agente etiológico da cárie dentária em humanos e fatores de virulência tais como a composição de sua superfície celular (sorotipo) e a produção de bacteriocinas (mutacinas) têm sido investigados em relação à sua cariogenicidade. Linhagens de S. mutans são classificadas dentro de três sorotipos (c, e e f) e a especificidade sorológica é definida pelo polissacarídeo ramnose-glicose (RGP) presente em sua parede celular. A maioria dos indivíduos é colonizada com somente um sorotipo de S. mutans. Suspeita-se que o sorotipo c deva ser o progenitor dos outros sorotipos. As linhagens com sorotipo e e f devem ter sido originadas a partir de uma mutação pontual no loco determinante do sorotipo c ou uma deleção de uma porção deste loco.
A classificação das linhagens produtoras de mutacina baseadas na sua atividade bactericida, sensibilidade para outras ou para a própria mutacina produzida e presença de plasmídios, divide as mutacinas em quatro tipos I, II, III e IV. Os genes estruturais dos prepropeptídeos de mutacinas I, II, III e IV (mutA) foram seqüenciados.
As mutacinas podem apresentar um importante papel biológico na regulação e composição do biofilme dental, tanto na atividade de sinergismo ou antagonismo, sugerindo que o largo espectro de mutacinas pode ser mais importante na colonização e estabilização das espécies cariogênicas, mantendo e estabelecendo nichos e atividade microbiana altamente complexa. Talvez esse componente explique por que uma vez que S. mutans tornem-se estabelecidos, eles são dificilmente eliminados da microbiota bucal.
A população de estudo consistiu de 20 pré-escolares de 4 e 5 anos de idade, pertencente a 11 Centros de Educação Infantil (CEMEIs) da cidade de Londrina-PR.
Os resultados do estudo apresentaram que a totalidade dos isolados dos pré-escolares sem cárie foi apenas o sorotipo c, enquanto que dois de 10 (20%) isolados dos pré-escolares com história de cárie tinham ambos os sorotipos c e f. O sorotipo e não foi identificado nas amostras analisadas. No grupo livre de cárie, a PCR com o primer para o gene da mutacina IV revelou que quatro de 10 (40%) linhagens foram positivas para esta mutacina e seis de 10 (60%) dos isolados apresentaram os genes para a mutacina II.
A PCR para o gene da mutacina II mostrou que 80% das linhagens foram positivas no grupo dos pré-escolares com história de cárie, e os amplicons da mutacina IV revelou que 70% das linhagens abrigavam esses genes. Entretanto, não foram identificadas diferenças significantes no número de linhagens positivas que abrigavam os genes para as mutacinas II e IV quando se comparou os isolados de S. mutans nos grupos livre de cárie e com história desta doença. Em nenhum isolado de S. mutans dos pré-escolares foi encontrado os genes para as mutacinas I e III.
Os achados desse artigo mostraram predominância do sorotipo c, seguida do sorotipo f e ausência do sorotipo e. Em função de que a produção de mutacina pelo S. mutans pode favorecer sua instalação, sua colonização e aumentar o risco de cárie, foi investigado nesta pesquisa a freqüência dos genes para mutacinas em linhagens de S. mutans isoladas de pré-escolares com diferentes experiências de cárie dentária.
Portanto, conclui-se que os resultados mostraram que as linhagens isoladas de S. mutans de pré-escolares com história de cárie apresentaram múltiplos sorotipos (c e f) e maior proporção dos genes para as mutacinas II e IV, havendo correlação positiva entre o número de linhagens positivas que abrigavam os genes para estas mutacinas e o sorotipo nos pré-escolares com cárie.

Tarefa 3 - Fichamento 3

FATORES DETERMINANTES NA EPIDEMIOLOGIA E TRANSMISSIBILIDADE DA DOENÇA CÁRIE

Moreira M, Poletto MM, Vicente VA. FATORES DETERMINANTES NA EPIDEMIOLOGIA E TRANSMISSIBILIDADE DA DOENÇA CÁRIE. Revista Odonto Ciência – Fac. Odonto/PUCRS, v. 22, n. 56, abr./jun. 2007 


O objetivo desse artigo é demonstrar a evolução das técnicas no estudo da epidemiologia e transmissibilidade da bactéria Streptococcus mutans, que é reconhecida como a causa dominante de cárie dental em todo mundo, e considerada a mais cariogênica.
Devido às propriedades cariogênicas do S. mutans, vários estudos têm tentado identificar a fonte e sua transmissão entre humanos. Os métodos incluem resistência a bacteriocina, sorotipagem, análise com enzimas de restrição, PCR e ribotipagem.  As técnicas aplicadas na caracterização da bactéria oral têm ficado muito mais sofisticadas. A análise de DNA baseada em traços do genótipo oferece uma rápida e real identificação da bactéria, comparada com métodos baseados em caracterização do fenótipo, sendo que a genotipagem é a técnica mais sensível e reprodutível entre estes métodos, para o estudo epidemiológico e da transmissibilidade do S. mutans.
Estudos que procuram comprovar a transmissibilidade do S. mutans vêm sendo realizado há décadas. Houve estudos em que coletaram placa da superfície dental e dentina cariada de dez pacientes de quatro a nove anos que apresentavam cárie ativa. Analisando amostras fecais, verificaram que os mesmos abrigavam isolados de S. mutans também nas fezes. O material foi comparado, tendo como resultado 66% de prevalência de um único tipo. Ocasionalmente o mesmo sorotipo estava presente nas amostras dentais e fecais. Sorotipos raros foram encontrados em dois sujeitos, e também em seus irmãos e mães, sugerindo transmissão intrafamiliar da bactéria.
Outro estudo realizado na mesma época foi o isolamento de S. mutans na saliva de idosos. Foi realizada a contagem de unidades formadoras de colônias por mililitro de saliva, em 169 indivíduos de 60 a 87 anos. Destes 40% eram edêntulos, apresentando prótese superior e inferior. A conclusão foi que indivíduos idosos, tanto com dentição natural, quanto com prótese dental, podem ser uma reserva não reconhecida de S. mutans. Um potencial grau de variação na virulência e cariogenicidade foi observado entre diferentes linhagens. Desta forma concluiu-se que idosos podem servir juntamente com pais e irmãos como vetores na transmissão inicial de microrganismos para bebês.
Um estudo isolou linhagens de S. mutans de 58 indivíduos, provenientes de cinco famílias americanas, o DNA das bactérias foi extraído, e submetido a enzimas de restrição EcoRI e/ou HindIII, verificando-se um padrão único, exceto para isolados de mesmo indivíduo ou da mesma família. A análise de indivíduos de famílias diferentes foi sempre heterogênea. Evidenciaram-se freqüentes infecções intrafamiliar, entre cônjuges e fora da família.
No Brasil, uma pesquisa mostrou que cinqüenta crianças brasileiras e suas mães foram analisadas, através da coleta de saliva não estimulada, isolamento e identificação bioquímica para estreptococos do grupo mutans. Verificou-se que 62% dos pares mãe e filho albergavam as mesmas espécies.
Famílias suecas e chinesas, com um primeiro filho de três anos foram estudadas, através de isolamento de S. mutans obtido da placa bacteriana dental e análise do DNA pelos métodos REA e RAPD. Os indivíduos foram re-examinados dois e cinco anos depois. O S. mutans foi detectado em 11 das 25 crianças suecas, indicando que mães e indivíduos fora da família eram as fontes de contaminação. A distribuição do genótipo nas famílias chinesas, apontou para o fato que os pais tiveram um papel mais pronunciado como fonte de S. mutans, comparado com as famílias suecas. A distribuição intrafamiliar do S. mutans pareceu ser diferente nos dois grupos de famílias com diferentes contextos culturais.
A identificação da fonte de transmissão do S. mutans é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de prevenção da cárie dental. Hábitos individuais, familiares e até culturais como freqüência e consumo de carboidratos, ou higienização bucal estariam regulando fortemente o estabelecimento e desenvolvimento do potencial cariogênico da bactéria.
Sugere-se que a transmissão da bactéria entre indivíduos pode se dar essencialmente devido a fatores inter-relacionados como afinidade bacteriana e numero de unidades de colônia formadas, capazes de promover o ataque. Estes fatores biológicos, bem como relacionados a hábitos e estilo de vida podem ser diferentes em várias populações e países.

Tarefa 3 - Fichamento 2

Biologia molecular na odontologia: métodos comumente utilizados na cardiologia

Valarini N, et al. Biologia molecular na odontologia: métodos comumente utilizados na cardiologia. Odontol. Clín.-Cient., Recife, 10 (1) 19 - 23, jan./mar., 2011


O presente artigo tem como objetivo atualizar o cirurgião-dentista, abordando conceitos e técnicas da biologia molecular na odontologia e na prevenção da cárie dentária. Novas técnicas e novos métodos de avaliações para as informações genéticas surgiram, criando novas terapias e tratamentos. O cirurgião-dentista deve estar preparado e informado sobre as novas possibilidades, para incorporá-las no cotidiano de sua clínica.

Apesar de muitos esforços, a cárie dentária (doença de caráter multifatorial e a interação de fatores do hospedeiro com microrganismos e dieta determinam sua manifestação) ainda é uma das lesões bucais mais comuns e afeta, principalmente, jovens e crianças. Estabelecer a base genética para esta doença fornecerá subsídios para o desenvolvimento de novas estratégias de prevenção, diagnóstico, tratamento, avaliação de risco e compreensão de sua patogênese. Os pesquisadores estão diante de novos desafios, como entender a função, interação (gene/gene; gene/ambiente), regulação do material genético e o papel destes fatores determinantes na doença e na saúde das pessoas. Além disso, a biologia molecular tem sido usada para identificar novas espécies bacterianas, auxiliando a definir seu papel na patogênese da cárie dentária.

A suscetibilidade e genética à cárie dentária por meio de estudos com gêmeos monozigóticos e dizigóticos já vem sido avaliada desde o início do século XX por pesquisadores. O estudo comparou a incidência de cárie em gêmeos monozigóticos e dizigóticos. Os resultados indicaram que gêmeos monozigóticos apresentavam incidência de cárie dentária similar do que gêmeos dizigóticos e que os dizigóticos de gêneros diferentes tinham variação maior. Outro estudo foi realizado dez anos depois e mostrou que gêmeos idênticos tinham cárie em dentes correspondentes, entretanto uma análise estatística não foi completada. Tais estudos indicavam que a herança genética tinha participação na cárie dentária. Quatro estudos detectaram um componente genético na suscetibilidade à cárie dentária e demonstraram que a cárie em gêmeos monozigóticos tinha uma concordância maior do que nos dizigóticos.

O maior avanço no entendimento do papel da hereditariedade e a incidência da cárie dentária foi obtido com o estudo realizado intitulado “Minnesota Study of Twins Reared Apart”. A maior vantagem do estudo foi a de que a maioria dos participantes tinha idade superior a quarenta anos e não vivia no mesmo ambiente logo após o nascimento até a data da análise. Foi sugerido que vários fatores genéticos podem estar envolvidos no processo da cárie dentária e na maior similaridade de cárie em gêmeos monozigóticos. Tais fatores são: salivares e da microbiota bucal, tempo e sequência de erupção dentária, morfologia dentária, forma do arco dentário, espaço dentário e propensão à dieta.
Embora os estudos com gêmeos terem mostrado uma forte evidência da contribuição genética no risco à cárie dentária, nenhuma ligação com genes específicos foi detectada. Inúmeros estudos são realizados, investigando, principalmente, a contribuição genética à cárie dentária por modificações no tecido dentário mineralizado, no metabolismo do açúcar, nas funções das glândulas salivares e resposta imune.

Existem diversos métodos para analise de DNA atualmente:
                - Extração e purificação de ácidos nucleicos;
                - Eletroforese;
                - Reação em Cadeia da Polimerase (Polymerase Chain Reaction – PCR);
                - PCR em Tempo Real (Real-time PCR);
                - Polimorfismos de tamanhos de fragmentos de restrição (RFLP);
                - Amplificação Alelo Oligonucleotídeos-Específica (PCR-ASO);
                - Reação em cadeia da polimerase utilizando primers arbitrários (Arbitrarily Primed PCR);
- Microarrays (microarranjos de DNA);
- Checkerboard DNA-DNA hybridization.

Porem, mesmo que ainda que esta tecnologia seja cara e pouco acessível, é importante que o cirurgião-dentista esteja atualizado quanto às alternativas de métodos de diagnóstico existentes atualmente. Poder saber se o seu paciente tem uma predisposição genética a desenvolver cárie dentária, problemas periodontais ou reabsorções radiculares, a partir do DNA das células da mucosa epitelial da boca, é de grande valia no cotidiano do consultório. Com esses conhecimentos, tanto os tratamentos quanto a qualidade de vida das pessoas melhorarão significativamente.

Tarefa 3 - Fichamento 1

Conhecimento e atitudes de pediatras em relação à cárie dentária
               
DALTO, V. et al. Conhecimento e atitudes de pediatras em relação à cárie dentária. Interface (Botucatu) vol.12 no.24 Botucatu Jan./Mar. 2008

O artigo tem como objetivo verificar conhecimentos e atitudes de médicos pediatras atuantes em Londrina – PR, em relação à promoção de saúde bucal de crianças por eles atendidas. Sobre a cárie dentária, 28,8% dos pediatras não informaram qual sua etiologia, enquanto 48,1% afirmaram a transmissibilidade da doença. Os resultados observados sugerem que os pediatras apresentam atitudes e práticas positivas em relação à saúde bucal, mas que informações sobre cárie dentária precisam ser reforçadas.
Mostra também que vários fatores colocam o pediatra em uma posição privilegiada no contato com a criança e seus responsáveis. Em geral, ele é o primeiro profissional da área da saúde a se relacionar com a criança e sua família, possui maior contato com os mesmos durante os primeiros anos de vida de seu paciente, e tem a confiança e receptividade dos pais em suas palavras e orientações. E, consequentemente, tem em vista o bem-estar do indivíduo, e particularmente a saúde integral da criança, sem a setorizar, torna-se evidente a importância da interdisciplinaridade entre a Pediatria Médica e a Odontológica.
A metodologia utilizada foi: Perfil da População - o estudo foi realizado com médicos pediatras atuantes na rede pública de saúde e clínicas e hospitais particulares da cidade de Londrina, PR. Foram utilizados os seguintes critérios de exclusão: não-médicos, não-pediatras e pediatras não atuando na prática clínica; Coleta de Dados - Para a realização da pesquisa, foi enviado, pelo correio, questionário aos profissionais, para levantamento de seu conhecimento sobre a formação e desenvolvimento dos dentes e doença cárie. Anexado ao questionário, foram enviados, ainda, carta de apresentação, orientando quanto ao objetivo da pesquisa, garantia de anonimato e demais aspectos éticos, e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; Análise dos Dados - os dados obtidos foram processados e analisados em programa eletrônico Epi Info versão 3.3.2 para Windows. Realizou-se análise quantitativa, com distribuição de freqüência das respostas mencionadas; Aspectos Éticos - o presente estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina e pela Autarquia Municipal de Saúde de Londrina, para inclusão dos profissionais da rede municipal de saúde.
Já os resultados foram: Perfil da População - Conseguiu-se um retorno de 52 médicos (59,8%), dos quais 57,7% correspondiam ao sexo feminino. Todos os pediatras participantes do estudo responderam ter como rotina avaliar a cavidade bucal das crianças, sendo que 86,5% realizam o exame em todas as consultas. Quase todos os médicos avaliam amígdalas e palato mole, dentes, língua e higiene bucal. Em menor freqüência, foram mencionados aspectos ortodônticos e alterações em tecido mole; Formação dos Dentes - a grande maioria, 94,2% e 90,4%, informou conhecer a época de formação dos dentes decíduos e permanentes, respectivamente. Quanto à existência de medicamentos que interferem na formação dos dentes, todos os 48 médicos que responderam à questão concordaram com a existência de tais drogas. A tetraciclina foi a substância mais citada por esses profissionais, seguida por 14,6% que mencionaram antibióticos, mas sem especificação da substância ativa. Enquanto o flúor foi citado por apenas dois profissionais. Em relação a doenças, 44 pediatras responderam à questão, afirmando a possibilidade de alterações na formação dos dentes em decorrência de processos patológicos (infecções ou processos infecciosos - 38,6%). Alterações genéticas ou embrionárias e carências nutricionais foram mencionadas em menor frequência; Cárie Dentária - sobre a doença, 28,8% dos pediatras não informaram qual sua etiologia. Em 61,5% dos questionários, o fator bacteriano foi citado como tendo envolvimento na etiologia da cárie dentária, sendo que em 38,5%, as bactérias foram mencionadas como causa única da doença. Menos da metade dos profissionais (48,1%) concordaram com a característica de transmissibilidade da cárie dentária, entretanto, a maior parte (73,1%) afirmava tratar-se de doença infecciosa. Para 21,2%, os antibióticos podem causar cáries, sendo que, dos pediatras que afirmaram a sua não cariogenicidade, quatro ressaltaram ser o veículo açucarado dos antibióticos, e não seu princípio ativo, o responsável pela instalação de lesões cariosas.
Em âmbito geral, foi conhecido que os médicos pediatras atuantes em Londrina - PR têm bons conhecimentos e apresentam atitudes positivas em relação à saúde bucal de seus pacientes, embora alguns médicos desconhecerem tal assunto já que cavidade bucal é excluída, pela Medicina, de sua área de competência, especialmente quando são consideradas as suas doenças de maior prevalência, como a cárie e a doença periodontal.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Tarefa 7 - Molécula de DNA


Bolinha Azul: Adenina
Bolinha Amarela: Citosina
Bolinha Vermelha: Guanina
Bolinha Verde: Timina





Tarefa 1 - Entrevista Prof. Ms. Vanessa Bitu

A minha entrevista foi com a Professora Vanessa de Carvalho Nilo Bitu. Ela ministra aulas na Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio e na Faculdade de Juazeiro do Norte atualmente.


1)  Qual a sua formação acadêmica?

Graduada em Odontologia pela Universidade Federal de Pernambuco, especialista em Educação em Saúde Pública pela Universidade de Ribeirão Preto e Mestre em Bioprospecção Molecular pela Universidade Regional do Cariri.

2)  Qual o título de sua dissertação de mestrado e qual o motivo da escolha?

Estudo químico e atividade antimicrobiana dos óleos essenciais e atividade dos óleos essenciais de Lippia gracillis Schauer (Verbenaceae). A escolha da espécie vegetal esteve relacionada à valorização da biodiversidade da Chapada do Araripe já que é uma espécie nativa de nossa região conhecida como alecrim da chapada ou alecrim de tabuleiro. A bioprospecção de produtos naturais justifica-se pelo fato da resistência bacteriana aos agentes antimicrobianos configurar um sério agravo à saúde pública em todo o mundo.

3)  Algum resultado obtido nessa pesquisa é de interessa da Odontologia?

Sendo a Odontologia uma profissão de saúde, qualquer resultado que trouxer impacto à comunidade acadêmica de saúde será de interesse também da nossa profissão. O óleo essencial da espécie trabalhada mostrou-se eficaz contra bactérias gram-negativas, gram-positivas e contra fungos do gênero Cândida, fato muito interessante clinicamente.

4)  Em algum momento de construção desse estudo, você se deparou com a necessidade de conhecimentos genéticos?

Os óleos essenciais são originados do metabolismo secundário das plantas e não há como estudar o metabolismo de uma espécie vegetal e de quais maneiras os metabólitos secundários são produzidos sem o amparo da genética. Também não é possível estudar a resistência dos microorganismos sem conhecimento da genética molecular. Portanto, a genética da espécie vegetal e dos microorganismos esteve por trás de tudo o que foi estudado, embora não tenha sido o foco do trabalho.

5)  Como você encara a busca por substâncias antimicrobianas a partir de fontes naturais nas indústrias farmacêuticas atualmente? Há outros benefícios que as propriedades do alecrim-de-tabuleiro possa nos oferecer? 

Durante muitos séculos, a única fonte de agentes terapêuticos para a humanidade era a biodiversidade e com o advento da química farmacêutica, esse recurso natural foi sendo explorado de forma cada vez mais intensa, na busca por novas substâncias que apresentem baixa toxicidade, fácil acesso, baixo custo e capacidade de reduzir a atuação e a disseminação de microorganismos resistentes. Substâncias obtidas de espécies vegetais nativas do Brasil apresentando as características supracitadas, significam uma alternativa viável às necessidades das comunidades menos favorecidas, sendo facilmente encontradas, e por apresentarem menos efeitos colaterais que os produtos sintéticos.




Nos veremos próximo semestre, Vanessa! 



terça-feira, 31 de maio de 2011

Tarefa 2 - Visita à APAE

Durante o horário de aula do professor Francisco Santos (segunda-feira, 23 de maio de 2011) da turma 105.1 de Odontologia da Faculdade Leão Sampaio, fomos levados a visitar a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE unidade Juazeiro do Norte. Esta é uma instituição filantrópica (que é mantida através de doações), é parceira do SUS e existe há 40 anos. Atua no Ceará através das estruturas clínica-escolas presentes em Juazeiro do Norte, Sobral e Fortaleza.

Neste dia, foi nos apresentado um ambiente totalmente inimaginável. Fomos surpreendidos com a alegria contagiante do local. Na APAE existe a parte escolar, no período manha e tarde, que assiste o público infantil, juvenil, adulto e idoso. E também a parte da clínica, que diferentemente da escola onde a assistência começa aos cinco anos de idade, atende desde o nascimento. Na instituição, atuam diversos profissionais dentre as áreas de:

·         Fisioterapia
·         Fonoaudiologia
·         Psicologia
·         Assistência Social
·         Psicopedagogia
·         Psiquiatria
·         Geneticista 

Estes, com destaque para os assistentes sociais, trabalham com a conscientização dos pais, parentes e amigos dos alunos no respeito as suas limitações e, em alguns casos, tentando vencer o preconceito que parte primeiramente da família.

No ambiente, além de escola e clínica, encontramos também a manifestação da arte que nos foi introduzido primeiramente através de uma apresentação de dança pelos alunos e pacientes. Eles nos mostraram toda suas desenvolturas e habilidades no meio de diversas coreografias e passos difíceis.
Além da dança, existem varias outras oficinas. Dentre estas se destacam:

·         Brinquedoteca
·         Piscinas
·         Salas de Aula     
·         Oficinas:
o   Teatro
o   Argila
o   Biscuit
o   Música
o   Pintura

Em meio a tantas dificuldades (por ser mantida por doações e não atender à toda demanda da região), fiquei admirada pelo belo trabalho que profissionais e voluntários exercem na associação. Foi uma experiência maravilhosa e encantadora. Pretendo repeti-la em breve!

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