sexta-feira, 3 de junho de 2011

Tarefa 3 - Fichamento 2

Biologia molecular na odontologia: métodos comumente utilizados na cardiologia

Valarini N, et al. Biologia molecular na odontologia: métodos comumente utilizados na cardiologia. Odontol. Clín.-Cient., Recife, 10 (1) 19 - 23, jan./mar., 2011


O presente artigo tem como objetivo atualizar o cirurgião-dentista, abordando conceitos e técnicas da biologia molecular na odontologia e na prevenção da cárie dentária. Novas técnicas e novos métodos de avaliações para as informações genéticas surgiram, criando novas terapias e tratamentos. O cirurgião-dentista deve estar preparado e informado sobre as novas possibilidades, para incorporá-las no cotidiano de sua clínica.

Apesar de muitos esforços, a cárie dentária (doença de caráter multifatorial e a interação de fatores do hospedeiro com microrganismos e dieta determinam sua manifestação) ainda é uma das lesões bucais mais comuns e afeta, principalmente, jovens e crianças. Estabelecer a base genética para esta doença fornecerá subsídios para o desenvolvimento de novas estratégias de prevenção, diagnóstico, tratamento, avaliação de risco e compreensão de sua patogênese. Os pesquisadores estão diante de novos desafios, como entender a função, interação (gene/gene; gene/ambiente), regulação do material genético e o papel destes fatores determinantes na doença e na saúde das pessoas. Além disso, a biologia molecular tem sido usada para identificar novas espécies bacterianas, auxiliando a definir seu papel na patogênese da cárie dentária.

A suscetibilidade e genética à cárie dentária por meio de estudos com gêmeos monozigóticos e dizigóticos já vem sido avaliada desde o início do século XX por pesquisadores. O estudo comparou a incidência de cárie em gêmeos monozigóticos e dizigóticos. Os resultados indicaram que gêmeos monozigóticos apresentavam incidência de cárie dentária similar do que gêmeos dizigóticos e que os dizigóticos de gêneros diferentes tinham variação maior. Outro estudo foi realizado dez anos depois e mostrou que gêmeos idênticos tinham cárie em dentes correspondentes, entretanto uma análise estatística não foi completada. Tais estudos indicavam que a herança genética tinha participação na cárie dentária. Quatro estudos detectaram um componente genético na suscetibilidade à cárie dentária e demonstraram que a cárie em gêmeos monozigóticos tinha uma concordância maior do que nos dizigóticos.

O maior avanço no entendimento do papel da hereditariedade e a incidência da cárie dentária foi obtido com o estudo realizado intitulado “Minnesota Study of Twins Reared Apart”. A maior vantagem do estudo foi a de que a maioria dos participantes tinha idade superior a quarenta anos e não vivia no mesmo ambiente logo após o nascimento até a data da análise. Foi sugerido que vários fatores genéticos podem estar envolvidos no processo da cárie dentária e na maior similaridade de cárie em gêmeos monozigóticos. Tais fatores são: salivares e da microbiota bucal, tempo e sequência de erupção dentária, morfologia dentária, forma do arco dentário, espaço dentário e propensão à dieta.
Embora os estudos com gêmeos terem mostrado uma forte evidência da contribuição genética no risco à cárie dentária, nenhuma ligação com genes específicos foi detectada. Inúmeros estudos são realizados, investigando, principalmente, a contribuição genética à cárie dentária por modificações no tecido dentário mineralizado, no metabolismo do açúcar, nas funções das glândulas salivares e resposta imune.

Existem diversos métodos para analise de DNA atualmente:
                - Extração e purificação de ácidos nucleicos;
                - Eletroforese;
                - Reação em Cadeia da Polimerase (Polymerase Chain Reaction – PCR);
                - PCR em Tempo Real (Real-time PCR);
                - Polimorfismos de tamanhos de fragmentos de restrição (RFLP);
                - Amplificação Alelo Oligonucleotídeos-Específica (PCR-ASO);
                - Reação em cadeia da polimerase utilizando primers arbitrários (Arbitrarily Primed PCR);
- Microarrays (microarranjos de DNA);
- Checkerboard DNA-DNA hybridization.

Porem, mesmo que ainda que esta tecnologia seja cara e pouco acessível, é importante que o cirurgião-dentista esteja atualizado quanto às alternativas de métodos de diagnóstico existentes atualmente. Poder saber se o seu paciente tem uma predisposição genética a desenvolver cárie dentária, problemas periodontais ou reabsorções radiculares, a partir do DNA das células da mucosa epitelial da boca, é de grande valia no cotidiano do consultório. Com esses conhecimentos, tanto os tratamentos quanto a qualidade de vida das pessoas melhorarão significativamente.

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