1) Qual a sua formação acadêmica?
Graduada em Odontologia pela Universidade Federal de Pernambuco, especialista em Educação em Saúde Pública pela Universidade de Ribeirão Preto e Mestre em Bioprospecção Molecular pela Universidade Regional do Cariri.
2) Qual o título de sua dissertação de mestrado e qual o motivo da escolha?
Estudo químico e atividade antimicrobiana dos óleos essenciais e atividade dos óleos essenciais de Lippia gracillis Schauer (Verbenaceae). A escolha da espécie vegetal esteve relacionada à valorização da biodiversidade da Chapada do Araripe já que é uma espécie nativa de nossa região conhecida como alecrim da chapada ou alecrim de tabuleiro. A bioprospecção de produtos naturais justifica-se pelo fato da resistência bacteriana aos agentes antimicrobianos configurar um sério agravo à saúde pública em todo o mundo.
3) Algum resultado obtido nessa pesquisa é de interessa da Odontologia?
Sendo a Odontologia uma profissão de saúde, qualquer resultado que trouxer impacto à comunidade acadêmica de saúde será de interesse também da nossa profissão. O óleo essencial da espécie trabalhada mostrou-se eficaz contra bactérias gram-negativas, gram-positivas e contra fungos do gênero Cândida, fato muito interessante clinicamente.
4) Em algum momento de construção desse estudo, você se deparou com a necessidade de conhecimentos genéticos?
Os óleos essenciais são originados do metabolismo secundário das plantas e não há como estudar o metabolismo de uma espécie vegetal e de quais maneiras os metabólitos secundários são produzidos sem o amparo da genética. Também não é possível estudar a resistência dos microorganismos sem conhecimento da genética molecular. Portanto, a genética da espécie vegetal e dos microorganismos esteve por trás de tudo o que foi estudado, embora não tenha sido o foco do trabalho.
5) Como você encara a busca por substâncias antimicrobianas a partir de fontes naturais nas indústrias farmacêuticas atualmente? Há outros benefícios que as propriedades do alecrim-de-tabuleiro possa nos oferecer?
Durante muitos séculos, a única fonte de agentes terapêuticos para a humanidade era a biodiversidade e com o advento da química farmacêutica, esse recurso natural foi sendo explorado de forma cada vez mais intensa, na busca por novas substâncias que apresentem baixa toxicidade, fácil acesso, baixo custo e capacidade de reduzir a atuação e a disseminação de microorganismos resistentes. Substâncias obtidas de espécies vegetais nativas do Brasil apresentando as características supracitadas, significam uma alternativa viável às necessidades das comunidades menos favorecidas, sendo facilmente encontradas, e por apresentarem menos efeitos colaterais que os produtos sintéticos.
Nos veremos próximo semestre, Vanessa!
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